07 maio 2015

ESTRANHAMENTO

É...  a calmaria é um troço esquisito...
A angústia é tanta, 

as incertezas atormentam e sufocam com tanta intensidade, 
 as batalhas cotidianas se tornam quase sempre tão árduas 

tão sangrentas que, 
quando o vento chega como brisa... a gente estranha.
Parece que falta algo.
Então percebemos.
 Falta a dor.
Como se para estar vivo sempre fosse necessária a dor.
E agora?
Despertamos em riste... Dentes trincados... .
Engolimos o pão seco.
De um gole só o café ferve goela abaixo.
Marchamos até o ponto de ônibus 

 já prevendo as tempestades cotidianas.
Pagamentos, atrasos, gritos, calor, filas, mentiras, enganos,
 prejuízos, injustiças,
danos, perdas, dolos, fúria, medos, asco, febre, 

nóias, abraços frios,
olhares sombrios, risos de meia boca,

 cochichos, desperdícios,
sapos, silêncios, sinais de mais, ações de menos,

 desconforto,
falta de ar, falta de amar, falta de mar, de sol, 

de vento, de lua,
 de estrelas,
de céu, de gente!!
Sobressalto, correria, multidão, melancolia, solidão.
É tanto, tanto, tanto, tanto... que...
Quando o tudo se aquieta...
Apruma
Ordena
Regenera
Alinha
Prospera
Engrena...

Eia... gente estranha.
Mas
Toda guerra tem trégua.
Festejemos então... as pausas para a paz.
Cuide das feridas.
 Limpe as armas. 
Nunca se sabe...
( 2015)


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