Todos
os anos ele chegava
trazendo
confetes e serpentinas,
era
tempo de festa e alegria!
O
moleque bate – bola
não
queria assustar,
queria
apenas brincar, correr,
pular,
dançar e cantar
junto
com a meninada animada
do
Beco União.
Quando
via o bate – bola,
o
coração acelerava
ela
corria e chorava
grudada
às pernas da mãe.
O
corpo todo tremia,
trancava
os olhos de medo,
soluçava
em desespero.
Todos
tentavam acalmá – la
dizendo
que ele não passava
de
um garoto danado, traquinas,
levado
e brincalhão
Enquanto
isso, o moleque,escondido,
ria
gaiato da cara trancada
da
menininha apavorada
com
medo do seu bate – bola.
Todos
os anos ele chegava
trazendo
confetes e serpentinas,
era
tempo de festa e alegria!
O
moleque bate – bola,
não
queria assustar,
queria
brincar, cantar,
dançar
e beijar
junto
com a rapaziada
do
Beco União.
De
longe, a menina olhava
as
artimanhas do bate – bola
para
as garotas conquistar.
Aliviada
sorria,
ele
não mais a intimidaria,
já
sabia que o bate – bola,
era
só uma fantasia.
Todos
os anos ele chegava,
trazendo
confetes e serpentinas,
era
tempo de festa e alegria.
O
moleque bate – bola,
não
queria assustar,
queria
dançar, cantar,
passear
e namorar
a
bela moça que vinha de longe
do
Beco União.
A
menina que esperava,
sem
entender porquê,
ansiosa
sua chegada,
estranhava
o moleque bate – bola,
que
agora, quase não brincava.
Agora
só se importava com a moça
vinda
de longe do Beco União.
Distante
dos confetes e serpentinas,
Bem
longe do Beco União,
o
moleque bate – bola e a menininha apavorada
um
dia se encontraram.
Ele
riu gaiato.
Ela
trancou os olhos de torpor.
Viveram
tempos de festa e alegria,
convictos
que para sempre durariam.
Numa
noite estrelada,
de
forma inesperada,
a
menina, novamente apavorada,
diante
do moleque bate – bola,
chorava
desconsolada, sem compreender porquê
ele,
em silêncio, sem confetes e serpentinas
batia
a porta.